
Senhor, rogo as Tuas bençãos de luz para os meus
entes queridos que vivem no mundo espiritual.
Que minhas palavras e pensamentos dirigidos
a êles possam ajudá-los, a fim de continuarem na vida espiritual
trabalhando pelo bem onde estiverem.
Espero com resignação o momento de me reunir a eles na Pátria Espiritual, pois sei que é temporária a nossa separação.
Mas, quando tiverem a Tua permissão, que possam vir ao meu encontro para enxugar minhas lágrimas de saudade.
Chico Xavier!
A origem do dia de Finados nos leva ao ano de 998, há mais de 1.000 anos, quando o abade da Ordem dos Beneditinos em Cluny, França, ins- tituiu em todos os mosteiros da Ordem naquele país a comemoração dos mortos, a 2 de novembro, culto que a Santa Sé aplaudiu e oficiali- zou para todo o Ocidente. Será que os “mortos” ficam sen- sibilizados ao nos lembrarmos deles? O Espiritismo afirma-nos que sim. Eles ficam contentes e sen- sibilizados com a lembrança dos seus nomes. Se são felizes, essa lembrança aumenta sua felicida- de; se são infelizes, isso constitui para eles um alívio. No dia consagrado aos mor- tos, eles atendem ao apelo do pen- samento dos que buscam orar so- bre seus despojos, como em qual- quer outra ocasião. Nessa data, os cemitérios ficam repletos de Espíritos, mais do que em outros dias, porque evidentemente há em tais ocasiões um número maior de pes- soas que os chamam. É um erro, contudo, pensar que é a multidão de curiosos que os atrai ao campo san- to; cada um ali comparece por causa de seus amigos e não pela reu- nião dos indiferentes que, muitas vezes, visitam os cemitérios como maneira de passar o tempo. O túmulo de Kardec, no cemitério Père-Lachaise de Paris (foto), é um dos que atraem turistas de todo o mundo, espíritas e não-espíritas. Não é, porém, indispensável comparecer ao cemitério para ho- menagear o ente querido que par- tiu. A visita ao túmulo é um modo de manifestar que se pensa no Es- pírito ausente – serve de imagem, mas é a prece que santifica o ato de lembrar, pouco importando o lugar, se ela é ditada pelo coração. Este jornal, como já procedeu no ano passado, dedica esta pági- na aos nossos “mortos” queridos, oferecendo ao leitor os textos ao lado que buscam esclarecer como o Espiritismo vê o fenômeno da morte e o descreve
O luto e a saudade segundo o espiritismo – Dia de Finados
O dia de finados cria uma psicosfera de saudades, melancolia e luto. Para o espírita o dia de finados é como qualquer outro dia, mas para os não espíritas é um dia de prestar homenagens aos que desencarnaram e com isso demonstrar às suas almas seus sentimentos. Como o espiritismo explica esse sentimento geral? como os entes queridos que desencarnaram se sentem com a lembrança? neste artigo iremos dissertar sobre tais perguntas baseados no livro dos espíritos.
Durante o dia de finados, nossos cemitérios são preenchidos com viventes que buscam nas sepulturas conversar, homenagear, lembrar ou até mesmo lamentar a desencarnação de entes queridos. Neste momento, pelos pensamentos deles e pela vibração geral, são atraídos até estes locais os parentes e amigos desencarnados.
321. O dia da comemoração dos mortos tem, para os espíritos, algo de mais solene? Preparam-se para ir visitar aqueles que vão orar sobre seus despojos?
“Os espíritos atendem ao chamado do pensamento, nesse dia,como nos outros.”
Essa aproximação facilita as pessoas a um pensamento reflexivo acerca da vida e da morte, além de renovar-lhes as esperanças e ao mesmo tempo de transmitir vibrações de amor e carinho aos falecidos que se encontram em pleno gozo das faculdades espirituais e se alegram ao receber tamanho carinho.
a) Esse é, para eles, um dia de encontro junto de suas sepulturas?
“Nesse dia, eles lá estão em maior número, porque há mais pessoas que os chamam; porém, cada um deles só comparece ali pelos seus amigos e não pela multidão dos indiferentes.”
Para nós espíritas qualquer dia é dia de nos comunicarmos com os entes falecidos pois cremos na imortalidade da alma e nas ligações fluídicas. Através do pensamento sabemos que podemos nos comunicar com as pessoas desencarnadas através de uma ligação de sentimentos e vibrações, com isso podemos sempre que sentir saudades ligarmos nossas mentes em boa sintonia com nosso espirito amigo que partiu.
Como muitos não possuem a fé espírita o que acontece é que, no dia de finados, potencializam-se os pensamentos nos entes desencarnados e isso os atrai pela sintonia magnética para perto dos seus entes que permaneceram encarnados na terra. Com isso notamos uma movimentação espiritual maior no dia de finados, no que diz respeito a visitas de espíritos a suas famílias e aos seus túmulos.
326. A alma, ao retornar à vida espiritual, é sensível às honras prestadas ao seu despojo mortal?
“Quando o espírito já chegou a um certo grau de perfeição, não tem mais vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas essas coisas; porém, fica sabendo que, frequentemente, há espíritos que, nos primeiros momentos de sua morte material, experimentam um grande prazer com as honras que lhes prestam ou um aborrecimento, com o pouco caso pelo seu envoltório, pois ainda conservam alguns dos preconceitos desse mundo.”
Para os espíritos mais entendidos, as honras feitas, o material do caixão, o tipo de flores e a musica tocada no velório são meros caprichos humanos. Nada disso pode tirar a dor das suas atitudes ruins e nem o caixão mais pobre pode tirar os méritos de uma vida dedicada ao amor e a caridade. Normalmente as honras são mais uma forma dos seres que continuam vivos de expressar seu carinho, que algumas vezes pode ser pro demais tardio devido a não terem aproveitado em vida a oportunidade de expressar este amor de forma clara e objetiva.
Por isso é importante sempre estarmos em contato com nossos entes queridos de forma salutar, sem exageros de saudades que possam afligi-los, mas uma saudade sincera, amiga e comovedora de quem ama muito e deseja do fundo de coração que eles sigam a marcha evolutiva deles enquanto nós viventes seguimos a nossa. Há casos do desespero familiar ser tão grande que cria no espírito uma sensação tão ruim que dificulta a ele a continuidade das tarefas espirituais.
O Luto é sempre uma situação humana comum, todos sentimos de alguma forma um tipo de luto com a perda de um ente querido. Isso não afligem os espíritos. O que os aflige é o luto desesperado. Este , inclusive, é até tóxico para nós mesmos que acabamos não seguindo em frente pela sensação de apego que criamos de que não poderemos sobreviver sem a presença do outro. O desapego que a doutrina prega é também o desapego sentimental. Sentir, porém sem se prender.
327. O espírito assiste ao seu enterro?
“Muito frequentemente assiste, mas, algumas vezes, não percebe o que se passa, por ainda estar em perturbação.”
a) Fica lisonjeado com a afluência dos assistentes ao seu enterro?
“Mais ou menos, conforme o sentimento que os conduz.”
Alguns espíritos tem inclusive uma lucidez mais ou menos condizente com seu preparo moral durante a vida, capacitando-os, assim, a uma morte menos traumática e a uma transição de relativa tranquilidade. Neste momento ele pode inclusive ter a percepção do mundo corporal, dos parentes, filhos, amigos,etc. Por isso a importância de endereçarmos aos desencarnados nossas mais variadas vibrações de carinho e fraternidade. Algumas vezes eles inclusive se tornam presentes durante seu enterro e podem se manter perto de sua família por um tempo, apesar de nesses casos normalmente se tratar de uma obsessão , existem casos de espíritos prestarem visitas a sua família, auxiliar-lhes durante o sono, inclusive encontrando-os durante o momento do sono corporal.
Conclusão
Nestes dias de finados que possamos estender ossas orações aos desencarnados de forma mais ativa, pois a atividade espiritual nesta data é intensa devido às inúmeras assertivas de pensamentos dos familiares encarnados aos seus caros espíritos desencarnados. Que Jesus nosso mestre de infinito amor e bondade possa estender às famílias de luto o alívio de sua benção e que nossos entes queridos, que agora habitam o mundo espiritual, possam ser banhados pelas nossa vibrações sinceras de amor, carinho, fraternidade e benevolência. Que a paz de Deus se estabeleça em todos os nossos corações e a infinita graça divina seja feita, assim na terra como nos céus. E então, depois de um vida fatigante de provas e espiações, que possamos merecer toda aquela virtude que houvermos plantado. Muita paz meus irmãos!