
Deus de misericórdia!
Se algum êxito me busca, deixa-me perceber a Tua bondade sobre a fraqueza que ainda sou.
Deus de misericórdia!
Auxilia-me a conservar o anseio de encontrar-Te.
Quando haja tumulto, ao redor de mim, guarda-me o silêncio interior em que procure ouvir-Te a voz.
Diante dos outros, consente, Pai, que Te assinale o infinito amor, valorizando-me a insignificância, através daqueles que me concedam afeto.
Se aparecerem adversários em meu caminho, faze-me vê-los como sendo instrumentos de trabalho, dentre aqueles com que me aperfeiçoas.
Na alegria, induze-me a descobrir-Te a proteção paternal, estimulando-me a seguir para a frente.
Na dor, fortalece-me os ouvidos para que Te escutem os chamamentos de paz.
E, quanto mais possa conhecer, em minha desvalia, os recursos iluminados do oceano de mundos e de seres que construístes no Universo,
Concede-me, Deus de misericórdia,
Que eu tenha a simplicidade da gota d'água que, embora unicamente anônima gota d'água, se sente tranquila e feliz porque se vê capaz de refletir-Te a luz no brilho eterno da Criação.
A humildade é uma das mais difíceis virtudes a ser conquistada.
Humildade significa virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações. Modéstia, simplicidade.
Para alcançá-la precisamos nos despir do orgulho exacerbado aceitando que não somos infalíveis, que nem sempre estamos certos.
Aceitar que nos encontramos a caminho, como os demais, que longa ainda será a jornada que nos cabe empreender.
Fundamental, nesse processo de conquista da humildade, o autoconhecimento que nos permitirá a consciência de como estamos, tanto em limitações como em qualidades conquistadas.
Sim, porque ser humilde é aceitar plenamente os próprios defeitos e qualidades, sem a necessidade de invocar a vaidade.
A humildade é essencial para os relacionamentos sadios.
Quando somos humildes, respeitamos o próximo e, por nos reconhecermos igualmente imperfeitos, manifestamos compaixão para com os que erram.
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No nosso processo evolutivo, mudar hábitos arraigados, cultivar virtudes, mais que necessidade, nos constitui um grande desafio.
É preciso nos conscientizarmos dessa necessidade e utilizarmos os recursos possíveis para alcançarmos o objetivo.
As virtudes, uma vez conquistadas, passam a fazer parte da nossa riqueza espiritual.
Não existe mercado que as venda, nem quem nos possa presenteá-las. Preciso é que atentemos para a necessidade do seu cultivo na própria intimidade, desde que todos as trazemos em germe.
A fé raciocinada nos pode ser auxiliar, nesse objetivo.
Para a conquista da humildade, essa flor linda e delicada que deve florir no jardim de nossos corações, precisamos, principalmente, nos conscientizar da nossa pequenez e das nossas dificuldades.
Nada melhor do que nos dispormos à oração sincera, numa rogativa de quem conhece as próprias deficiências e as fragilidades da alma: